quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A escola sempre foi meu segundo espaço feliz!!- Escrito pela profa Luciane Ferreira


          Bom, contar uma história é sempre algo prazeroso e fascinante, porém falar sobre a minha trajetória, há tempos tornou-se uma tarefa complexa (fato este que eu não sei explicar o motivo). Prosseguindo, cresci em uma família simples, minha vida nunca foi regada a mordomias, porém em um lugar onde o conhecimento sempre foi muito valorizado, meu pai era um contador de talento(parecia ter nascido para os números), minha mãe uma dona de casa sonhadora que havia estudado apenas até a 7º série (fato este que não impediu que ela nos acompanhasse na escola). Quando cheguei aos seis anos fui para o prezinho, assim eu o chamava, embora todos dissessem que o correto era pré-escola, meus irmãos já estudavam, são mais velhos(inteligentíssimos), eles foram os meus modelos, sempre os admirei, para mim são os melhrores. Bom na pré-escola frequentei apenas o último ano, minha mãe ensinara em casa o que julgava que eu já devesse saber para cursar apenas o último ano, tenho recordações fasciantes, a história do S mais lindo da turma e a música da Maria Betania que cantamos na formatura então, guardo para o resto da vida.rrsss.
          Meus anos primários na escola, eu considero um pouco estranhos , a 1ºsérie foi uma fase de adaptação, me lembro de ter chorado várias vezes, não queria ficar longe da minha mãe, contava as horas observando o desaparecer do sol, pois sabia que ao cair da tarde era hora de ir embora e a veria novamente, com o passar do tempo fui me acostumando e percebendo que a escola poderia ser meu segundo espaço feliz, na 2º série, meu professor faltava muito e sempre eramos dividos em outras turmas (odiava isto!) os outros dois anos (3º e 4ºséries) foram decepcionantes na área das exatas, o que não aprendi na 2º série me fez muita falta (acho que faz falta até hoje rrss).
           Ao chegar na 5º série tudo mudou, a sensação de ter um grande caderno e um professor para cada disciplina foi fasciante minha geração escolar era aquela que considerava usar uniforme uma questão de honra e ao contrário do que vejo hoje, quem não tinha um uniforme/farda, como queiram chamar, é que era olhado com estranheza. Timidez, sempre foi meu forte até a 8ºsérie, eu fazia o máximo para aprender, tudo que podia, não perguntava para nenhum professor assunto nenhum, morria de vergonha e de alguns eu tinha medo, mas questionava aos meus colegas sobre coisas que não compreendia direito, contudo isto não fez com que a escola se tornasse algo ruim, a mudança de São Paulo para Mato Grosso, aperta até hoje meu coração, nasci na cidade da garoa e amooo aquele lugar, assim como aprendi a respeitar e amar a terra desbravada por Rondon como minha também, eu gostava tanto de ir a escola que chegava muito cedo (talvez uma pequena síndrome de porteira ou algo parecido) como era incomparável estudar e aprender, isto me fazia sentir muito importante e um tanto especialista em tudo(rrsss).
           No ensino médio descobri que eu sabia falar (rrsss), comecei a perder a vergonha (não me entendam errado, rrrss), as aulas de sociologia e filosofia foram molas propulssoras para tudo isto, os três anos que cursei o ensino médio foram níveis de descoberta de mim mesmo, foi neste que descobri que a minha maior deficiência era na área das exatas e percebi que não herdei de meu pai a afinidade com os números. Eu amava as áreas de Ciências Humanas e Linguagens, admirava e admiro profundamente quem estuda a matemática e a faz por opção. Ao terminar o terceiro ano fiquei seis meses pensando o que eu estudaria, que profissão seguiria, quando criança transitei entre diversas vontades brincava de ser professora, sonhava em ser aeromoça e me imaginava estudando as plantas, queria ser botânica. Escolhi Letras e prestei o vestibular junto com a minha irmã, que é apenas um ano e oito meses mais velha do que eu, passamos! Foram quatro anos juntas, uma experiência lindíssima.
           Na universidade, eu sempre disse que não lecionaria, dizia que seria uma pesquisadora apenas, não me imaginava em frente a tantos olhos com sede de saber, aprendi muito, a universidade assim como a escola é indispensável, todos deveriam cursar para tornar sua existência mais encantadora e desafiante, onde constatamos que aprender é possível, basta querer, ao chegar no estágio me deparei com meu destino, foi uma experiência que não sei explicar, tipo amor a primeira vista, sabe daqueles que não é possível esquecer (nossa quanto romantismo)!!! Então de fato eu havia nascido para compartilhar o que eu já sabia e estava descobrindo, o que considero mais honroso em minha profissão, além de sempre estar estudando, algo que amo fazer.
           Tenho lecionado há cinco anos, este ano considero o meu melhor momento, acredito que tenho maturidade e conhecimento para contribuir de maneira a alcançar as expectativas das minhas criancinhas ( alguns são grandes, mas os chamo assim), é claro sem falar na minha sala de regência que adotei como filiação e comumente sou chamada de mãe. Tenho aprendido a sonhar junto com eles e não ter medo de dizer vamos construir juntos, sou sincera ao extremo e insensível, mas consigo moderar isto para não magoa-los, pelo menos penso que consigo. Então, o que faço atualmente, penso ser apenas tornar a escola para os meus alunos um segundo espaço feliz! Amo ensinar!!!!.

P.S. ( Desculpem, os erros de escrita)

                                              Luciane Ferreira



5 comentários:

  1. Lindas tuas palavras, expressam como é imensa tua alma e o quanto podes fazer diferença dentro da escola e na vida de cada aluno. BEIJÃO NO CORAÇÃO

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  2. Gostei muito de ler seu depoimento Luciane vejo que é possível fazer a diferença na vida de muitas pessoas quando estamos no lugar certo
    E você está. Seu lugar é este mesmo junto de crianças e jovens que carecem de amor e esperança.

    Grande abraço
    Sara/Cefapro-Sinop-Mt.

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  3. Paulo Henrique (Segundo ano A)6 de setembro de 2011 às 07:38

    Sou uma prova concreta, em desenvolvimento, do seu bom trabalho. Foram as suas aulas que me inspiraram a produção de textos, arte que tanto gosto de praticar.

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  4. São vocês, meus alunos que fazem a minha escolha (ser educadora) ter sentido! Muito obrigada!!!

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