quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Reflexões - Carta de Paulo Freire

PF- "... que a curiosidade às vezes quase virgem nos alunos, estão grávidas de sugestões, de perguntas que não foram percebidas antes pelo ensinante..."
C- O que fazer para dispertar? Como fazer para ler estas curiosidades nos alunos? Quais são suas curiosidades?
PF-"... que o ensinante se aventure a ensinar sem competência para fazê-lo. Não o autoriza a ensinar o que não sabe..."
C- Estudar, mover-se, pesquisar, organizar, planejar, esta é a prática rotineira do professor.
PF- "... em que há sempre algo diferente a fazer na nossa cotidianidade educativa..."
C- Por mais que pareça que sabemos, sempre a algo novo a ser explorado. O professor que acha que sabe tudo ou que não sabe nada, passa pela ignorância do saber. O mundo, a sociedade, o meio, todos os dias sofrem mudanças, percorrem rotinas diferentes, os cientistas fazem caminhos inversos, descobrem vidas, formas, olhares ainda não explorados. E o professor deveria ser o agente propagador dessas novas revoluções.
Mas... onde está o Professor?
Há dias em que os vejo, me vejo num quartinho escuro lá no fundo da escola como um móvel velho, sucateado, que alguem guardou para um dia fazer uma restauração e reaproveitá-lo. Há outros dias que os vejo, me vejo avançando, buscando títulos, lendo, escrevendo, restaurado. Mas parece que esta prática não é práxis real, é algo que fica no ar sem encontrar pouso certo.
Também fico a pensar porque meu aluno não aprende, porque a escola não faz parte da maioria da vida dos alunos, porque ela possui forma retandgular? Com muitas arestas a ser podadas? OU melhor, transformada!
Não sou quimico para manipular todos esses agentes (educação para o trânsito, meio ambiente, sexualidade, diversidade, cultura, indisciplina, medo, humor, transitoriedade...), afinal o que é o Profesor? Ser que aprende todos os dias? Ser que se emociona, que também tem dificuldades em aprender, a ensinar, que também se sente abandonado ao descaso. Será que tudo isso importa? Afinal somos alunos também, alunos jogados de lado, onde nossa voz pouco se houve. Os governantes não nos escutam, a sociedade não nos escutam, nossos alunos não nos escutam.... Oi estou aqui....
E nesta dicotomia o professor, sujeito capaz, inteligente se critica e faz criticas para aprender, para criar, para refletir suas açoões e seu aprendizado. E isso segundo Paulo Freire passa pela leitura, leitura de mundo, de texto, de imagem, leitura do conhecimento. Talvez o que nos falte seja a verdadeira compreensão de tudo isso, da comunicação, da ação certa, do que é realmente experiência, da operação inteligente e sensorial capaz de construir conhecimento.
Olhar e sentir estas cartas é nos remeter ao sujeito que aprende e ver que tudo isso é possível.
E Paulo Freire nos diz que: "Estudar é desocultar, é ganhar a compreensão mais exata do objeto, é perceber suas relações com outros objetos. Implica que o estudioso, sujeito do estudo, se arrisque, se aventure, sem o que não cria nem recia."
Bom trabalho a todos.
Cleo

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